Por//Thales C.M.
A última edição da revista Radio Times traz entrevista com 20 diferentes membros do elenco da série Harry Potter.
Os atores discutiram como a oportunidade mudou suas vidas tanto no aspecto pessoal quanto profissional e os impactos do final.A seguir toda a entrevista:
DANIEL RADCLIFFE – Harry Potter
“É raro algo que aconteça num set de filmagens que eu não saiba como reagir, porque tenho estado neles desde jovem, vi tantas situações serem desenroladas e eu absorvi todas elas. Mas no mundo real, há coisas que me dão uma rasteira.”
“Eu não pego o metrô, porque pode ficar muito movimentado, e se ficar movimentado num espaço pequeno isso pode ser um pouco estranho – então eu não sei como usar um Oyster card (um cartão que você utiliza para passar na catraca do metrô, ao invés de usar um bilhete). Em Harry Potter e a Ordem da Fênix há uma cena comigo e Mark Williams (Sr. Weasley) passando pelas catracas do metrô e eu tento colocar o Oyster card na máquina como se fosse um bilhete, ao invés de passá-lo. E isso é no filme! Faz muito sentido por causa do personagem de Harry, mas foi realmente por acaso. Então é mais provável que eu leve uma rasteira numa coisa dessas, que para o resto do mundo é completamente normal.”
“Em termos de atuação, eu tive que aprender enquanto fazia. Acho que há uma certa quantidade de ceticismo sobre minha habilidade de atuação. Mas o conselho que meu pai me deu foi: se você consegue fazer a coisa que as pessoas não esperam que você faça, e fazer melhor do que eles esperam que você faça, você sempre terá uma carreira. Isso, para mim, é absolutamente verdade. Então estou ansioso para provar essas pessoas erradas. Se eu conseguir ter sucesso em projetos futuros, será mais devido ao meus esforço do que qualquer talento natural que eu possua.”
“O que me dá confiança é que as pessoas querem trabalhar comigo, embora eu saiba que algumas só querem trabalhar comigo porque meu nome atrai muita atenção no momento.”
“Posso imaginar uma vida sem Harry? Eu acho que ela seria um pouco lixo, sendo honesto. Mas sem dúvida, o que é bom é que esses últimos dez anos foram os mais difíceis. Agora só vai ficar mais fácil. Eu nunca serei famoso como sou hoje. Ou como já fui anos atrás. Tudo isso irá embora, e eu serei capaz de ter sucesso em ser um ator.”
EMMA WATSON – Hermione Granger
“Logo depois que Daniel, Rupert e eu fomos avisados que tínhamos conseguido os papeis, nós ficamos em um hotel de luxo para a coletiva de imprensa. Nós éramos tão pequenos que eles tiveram de colocar três ou quatro travesseiros nos nossos lugares para nós conseguirmos realmente ficar acima da mesa para poderem nos ver. É incrível porque hoje em dia, eu e Dan fazemos a maioria da conversação e Rupert faz as piadas, mas naquela época Dan e eu mal podíamos formar uma frase e Rupert mantinha toda a entrevista. Eu era muito jovem para perceber, ainda que obviamente estivesse aterrorizada.”
“Uma vez ou outra eu tenho momentos em que desejo que as coisas fossem levemente mais fáceis, mas não parece certo reclamar muito. O set de Harry Potter tem sido como minha casa, minha escola, minha família… tem sido tudo. Estou triste em deixar tantas pessoas com quem me importo para trás. Embora eu tenha uma sensação engraçada de que nós três vamos ficar mais próximos quando isso tudo acabar, porque nós dividimos essa experiência. Acho que passaremos mais tempos juntos agora do que passamos durante as filmagens.”
RUPERT GRINT – Rony Weasley
“Só nos dois últimos anos que eu percebi o quão maravilhoso nosso elenco é. Antes, eu só pensava neles como um bando de gente velha – sobretudo amigáveis, algumas vezes intimidantes. Eu morria de medo de Alan Rickman (Severo Snape) porque ele continuava na personagem o tempo todo. Minhas cenas favoritas eram aquelas com todos os Weasley e minha mãe substituta, Julie Walters.”
“Eu me senti um pouco perdido há um ano, quando terminamos de filmar. Levou um tempo para eu me acostumar em não ter mais Harry Potter em minha vida. Eu passei dez intensos anos com as mesmas pessoas, no mesmo set.”
“Quando eu ocasionalmente voltava para a escola, achava difícil me adaptar porque o estúdio era minha sala de aula e meu recreio. Era onde todos os meus amigos estavam. De repente não ter essa rotina era muito estranho. O último dia foi muito emocionante. Para ser honesto, eu não acho que a ficha vai cair propriamente até o filme estrear no cinema.”
ROBBIE COLTRANE – Rúbeo Hagrid
“Quando eles anunciaram que transformariam os livros de Harry Potter em filmes, eu já os tinha lido naquela época, para meu filho, que tinha por volta de nove anos. Eu amava lê-los para ele, e quando descobria que o pequenino tinha adormecido, eu ficava pensando ‘Oh, o que acontece em seguida? ’, então eu sempre estava uns quatro capítulos a sua frente.”
“Então quando JK Rowling disse que queria que eu fizesse o papel de Hagrid, eu fiquei incrivelmente excitado e disse para todos os seus amiguinhos. De repente eu tinha uma novo público de pequenas crianças com olhinhos inocentes. Isso foi bem estranho, com a minha idade, acontecer tão tarde na minha vida. E eu tenho muita sorte de não parecer muito com Hagrid. Crianças olham feio para Alan Rickman em aeroportos – mas nada disso acontece comigo. Eles me veem comprando peixe congelado e dizem, ‘Não, não é ele… Ele não é grande o suficiente, não é alto o suficiente…”
“Meu filho tem 18 anos agora, mas ele e sua namorada ainda sentam e assistem aos filmes de Potter. Teve um ponto em seu crescimento quando ser um fã de Harry Potter não era legal e ele deixou isso de lado por um tempo, mas depois eles voltaram para a série.”
“A vida de um ator gira em torno de deixar as coisas partirem e encontrar algo novo, mas Harry Potter foi extraordinário, diferente de qualquer outra coisa em minha vida profissional, e eu tenho certeza de que diferente de qualquer outra coisa que provavelmente acontecerá. Eu acho que todos nós sentimos isso, na verdade.”
ZOË WANAMAKER – Rolanda Hooch
“Eu fiquei sabendo sobre Harry Potter no set de My Family, quando Gabriel Thomson (que interpretava seu filho), sentou com seu nariz enfiado no livro e ninguém conseguia distrai-lo. Eu sempre amei histórias de mágica, então comecei a ler também.”
“Os livros eram fenomenalmente imaginativos e muito visuais, então eles sempre iriam ser perfeitamente traduzidos para o cinema, e quando me chamaram para fazer Rolanda Hooch, eu sabia exatamente quem ela era. Eu a baseei em uma águia: ela é forte, e como uma mãe, e eu conseguia imaginá-la protegendo ferozmente suas crias. Foi dai que saíram as lentes de contato que eu usava.”
“Andar no set no Castelo Alnwick, ver as crianças fantasiadas e com suas vassouras foi maravilhoso – exatamente como eu imaginava.”
RICHARD GRIFFITHS – Válter Dursley
“Sr. Dursley, como você se sente agora que toda a excitação acabou? ‘Em êxtase, Bob, em êxtase. Nós, Dursley, estivemos com Potter desde que ele era um bebê. Você não podia levá-lo a lugar algum! Ele soltou uma cobra no zoológico, encheu a casa com uma tempestade de cartas, bolos voadores, tias balão e nós tivemos coisas vampiras nos atacando… Então, para completar, tivemos que abandonar a casa. Foi um pesadelo na rua dos Alfeneiros! Então, quando você me pergunta como eu me sinto agora que tudo passou, eu digo, em êxtase, Bob, em ext… Bob? Alô?’”
“Richard Griffiths, que fez o papel de Válter, quando o perguntamos como se sentia sobre o fim de Harry Potter, disse, ‘Não pergunte’, e fechou a porta do quarto escuro, do qual ele recusa sair.”
MAGGIE SMITH – Minerva McGonagall
“Eu estou completamente agradecida por Harry Potter, mas eu fiz tão pouco nele que cheguei ao ponto de pensar que eles teriam o suficiente com apenas um chapéu. Eu estava sempre fazendo cenas de reação.”
“Agora que terminamos de filmar, a coisa esquisita é que você pensa sobre todos os jovens atores que passaram metade de suas vidas fazendo os filmes – nós estamos falando de crianças realmente pequenas, que tinham nove e dez anos e agora eu não sei o que eles vão fazer. ”
“E, Deus, eles trabalharam bastante. Daniel Radcliffe foi alguém muito amável com quem se trabalhar. Eu fico feliz em ter insistido para o procurarem para o papel.”
GARY OLDMAN – Sirius Black
“Eu acordo pela manhã, e sem desrespeitar ninguém, não tenho que cavar buracos na estrada. Há tantas coisas piores que eu poderia ter que fazer do que aparecer nesses filmes que tem um pedigree de verdade, e tantas pessoas tem prazer a partir deles. Um carro me pega, eu vou para o trabalho, e estou em Harry Potter. Então não é ruim.”
“Quando você está meio tristonho, talvez às vezes o pensamento de ir seja meio pesado. Mas eu sempre descubro que depois que passo pela porta e estou no set, está tudo bem. De várias maneiras, foi uma coisa boa.”
“Quando você trabalha com atores jovens, você tem que ser meio que um modelo para eles, e eu penso que essa foi uma das responsabilidades que eu tive com Harry Potter. Eles realmente se espelham em você, como eu acho que Daniel Radcliffe fez. E sabendo disso, ser então cínico sobre isso – seja sobre o filme ou a atuação no geral – não é bom.”
“Você tem que estar lá, você tem que ser pontual, você tem que saber suas falas, você tem que saber o que está fazendo, tem que se colocar como exemplo. Você tem que se entregar, e com Harry Potter, eu sempre dava um jeito de ter certeza que eu me entregasse.”
JOHN HURT – Sr. Olivaras
“Eu tenho que ser sincero e dizer que o principal motivo de eu fazer o Sr. Olivaras foi porque meus filhos (11 e 8 anos na época) nunca falariam comigo novamente se eu não o fizesse! Eles vieram ao set – como uma surpresa, não tinham a menor ideia para onde estavam indo – e sua empolgação e incredulidade eram maravilhosas.”
“Eu agora, claro, assisti muitas outras crianças e jovens terem a mesma experiência. Na última première que fui, uma grande exclamação veio da plateia, pessoas gritando e aplaudindo – John Lennon deve ter voltado, eu pensei, mas não, era Alan Rickman.”
PAM FERRIS – Guida Dursley
“Para fazer o papel de Tia Guida em Prisioneiro de Azkaban eu tive que aprender a me inflar e flutuar pelo céu como um balão de gás hélio. Isso realmente mudou minha vida – agora eu ofereço vôos teatrais pela costa sul.”
TOM FELTON – Draco Malfoy
“Eu fiquei extasiado quando consegui o papel de Draco, mas nunca imaginei em um milhão de anos que aqui estaríamos, 11 anos depois, ainda falando sobre isso. Naquela idade, você não entende direito no que está entrando! Eu não sabia quem eram Gary Oldman ou Michael Gambon. Eu acho que eu encontrei Gary Oldman duas vezes antes de me tocar que ele era um ator. Achei que ele estava guiando as pessoas em tours nos estúdios!”
JASON ISAACS – Lúcio Malfoy
“A maior parte do tempo eu tento desaparecer no trabalho. Eu não ligo para quantas pessoas assistem algo, ou o quão bem o negócio se dá. Eu só quero fazer coisas que me satisfaçam. Mas com os filmes Potter é diferente. Em qualquer lugar que você vá, as pessoas sabe o que eles são. Eles os assistiram e amaram; estão animados em te conhecer. O barulho e a empolgação que ocorre nas crianças quando você autografa algo e elas o encapam, e o mantém embaixo de seu travesseiro, é o presente que continua existindo.”
TIMOTHY SPALL – Pedro Pettigrew – “Rabicho”
“Ir para a maquiadora pela manhã, ganhar minhas orelhas de rato, pedaços peludos e minha peruca bagunçada foi uma experiência apreciável. Os talentosos e adoráveis maquiadores e cabeleireiros foram brilhantes. Além disso, em todas as outras salas ao redor do departamento havia uma galeria dos mais talentosos atores da Grã-Bretanha de todas as idades e tamanhos – você nunca estava a mais de um metro e meio de distância de uma dama, cavaleiro do Império ou um gênio ganhador do Oscar colocando um olho falso, uma barba enorme ou lentes de contato violetas. Tudo isso e muita inteligência combinadas para criar um filme que entreteve e encantou audiências ao redor do mundo.”
HELENA BONHAM CARTER – Belatriz Lestrange
“Eu amo o número de crianças que conheço que ficam estáticas, que pensam que eu sou aterrorizante porque faço o papel de Belatriz. O quão incrível é JK Rownling ter capturado suas imaginações. Eu até pensei em negar O Discurso do Rei – apesar de o ter amado e a história valer a pena ser contada – porque eu também estava fazendo Harry Potter e não queria trabalhar 24 horas, 7 dias por semana, que foi o necessário. Terminou que a Belatriz foi bem contrastante com a Rainha Mãe.”
HELEN McCRORY – Narcisa Malfoy
“Eu quase perdi isso tudo. Eu originalmente iria fazer a Belatriz, mas continuava ficando grávida, e não acho que eles pensaram que o mundo estava pronto para uma grande bruxa grávida. Então eu me juntei mais tarde, mas foi como ser bem-vinda a uma família – e que família! Um minuto, Michael Gambon (Alvo Dumbledore) estaria me contando sobre a primeira vez que conheceu Laurence Olivier; no próximo, Ralph Fiennes (Voldemort) estaria me contando sua estréia como diretor em Coriolanus; e depois todos íamos para o trailer do Robbie Coltrane tomar café.”
DAVID TENNANT – Bartolomeu “Bartô” Crouch Jr.
“Receber a ligação para estar em Cálice de Fogo foi como ser bem recebido ao clube mais exclusivo do círculo mais interno da elite de atores. Você se sente no set com a nata do Teatro Nacional e do RSC, todos portando varinhas ou usando chapéus de bruxa.”
RHYS IFANS – Xenofílio Lovegood
“Eu não acho que irá mudar alguma coisa para mim. Eu não esperava isso – apenas fiquei realmente honrado de ter sido chamado. Eu nunca aceitaria um OBE, ou um TV, ou qualquer outra coisa da Família Real. Então, isso é o mais perto que vou ter de receber uma condecoração. Quando você recebe uma ligação para Harry Potter (como Ifans recebeu para Relíquias da Morte, Parte 1), você fica tipo: ‘Oh, as pessoas devem achar que eu sou um ator respeitável.” Então, como um republicano, estar em Harry Potter é o número máximo de condecorações que posso usar no meu braço.”
ROBERT PATTINSON – Cedrico Diggory
“Eu lembro de fazer a audição para Cálice de Fogo no dia que voltei da filmagem do meu primeiro filme na África do Sul (Ring of the Nibelungs, de 2004), no qual eu era dublado por outro ator, o que não era o melhor jeito de começar minha carreira. Eu ganhei o papel uns dias depois. Na época eu achei que seria gigantesco, absolutamente enorme. Quer dizer, foi a primeira vez que eu fui para Los Angeles (para a publicidade) e teve tanto barulho da mídia. Além disso, agentes em LA sempre ficam mais excitados sobre atores de 18 anos do que qualquer outros, porque eles acham que podem moldá-lo. E então nada (até Crepúsculo, em 2008): três anos de apenas pequenas coisas na TV e filmes independentes, talvez um ou dois trabalhos por ano, papéis estranhos, que ninguém via. Olhando para trás agora, eu gostaria que aquele período durasse um pouco mais.”
BONNIE WRIGHT – Gina Weasley
“Quando você faz um papel por dez anos, você se torna extremamente próxima, e às vezes não consegue ver as fronteiras entre você e o personagem – apesar de que na vida real eu me apaixonei por Gerardo Grindelwald, não Harry Potter. Eu conheci meu noivo Jamie (Jamie Campbell Bower, que fez o papel de Grindelwald e estrela no drama do Canal 4 Camelot) no set de Harry Potter e as Relíquias da Morte, Parte 1. E não, caso você esteja se perguntando, nós não teremos um casamento temático de Harry Potter”.
MATTHEW LEWIS – Neville Longbottom
“Eu era um grande fã dos livros. Minha mãe sempre me lembra do dia que eu implorei: ‘Se eles fizerem um filme, você vai me levar para assistí-lo?’ Eu nem imaginaria que estaria nele!”
“Nos primeiros filmes, eu parecia como Neville deveria. Mas no terceiro filme, eu de repente fiquei mais alto e magro, então eles tiveram que me tornar mais nerd. Eu tinha uma fantasia de gordo e dentes falsos. Eu tentava ser profissional sobre isso, mas quando eu tinha 15 anos e estava num set com garotas – definitivamente tinham horas que eu queria ter um personagem mais macho! Nesse último filme, nós abandonamos a barriga falsa e Neville teve umas cenas de ação bemlegais. Ser o herói é definitivamente algo que eu conseguiria me acostumar a fazer.”
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